Autocuidado e automedicação: Entenda a diferença

Você sabia que tomar decisões sobre a própria saúde é um direito assegurado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)? Isso inclui desde hábitos saudáveis até o uso consciente de medicamentos. Mas atenção: é fundamental entender a diferença entre autocuidado e automedicação, dois conceitos que muitas vezes se confundem no dia a dia da farmácia.

Afinal, o que é autocuidado?

O autocuidado é uma prática recomendada pela OMS e envolve ações que o próprio indivíduo pode tomar para manter a saúde e prevenir doenças. Isso inclui:

• Boa alimentação

• Prática de exercícios físicos

• Sono de qualidade

• Hidratação

• Uso consciente de medicamentos isentos de prescrição (MIPs)

Esses medicamentos, conhecidos como OTCs (do inglês Over The Counter), são aqueles que não exigem receita médicae são indicados para sintomas mais simples e já conhecidos, como:

• Dor de cabeça leve

• Resfriados

• Azia e má digestão

• Deficiências leves de vitaminas

Mas mesmo sendo mais seguros, os MIPs devem ser usados com atenção, seguindo sempre a bula e a rotulagem, e interrompidos caso os sintomas persistam.

E a automedicação?

Aqui mora o perigo. A automedicação, no Brasil, é o ato de tomar remédios tarjados – aqueles que exigem prescrição médica – sem a orientação de um profissional de saúde.

Isso inclui medicamentos com:

• Tarja vermelha: exigem receita médica e são usados para quadros clínicos mais delicados.

• Tarja preta: são medicamentos controlados, com efeitos sobre o sistema nervoso central, podendo causar dependência e efeitos colaterais graves.

O uso indiscriminado desses medicamentos pode:

• Mascarar doenças

• Agravar quadros clínicos

• Provocar intoxicações

• Levar a internações e até à morte

Portanto, automedicar-se com remédios tarjados é uma prática arriscada e perigosa – e, em alguns casos, pode até ser considerada crime sanitário.

Classificação dos medicamentos: entenda a diferença

1. Medicamentos de Tarja Preta

• Necessita de receita médica? Sim

• Características:

  • São medicamentos psicotrópicos e controlados.

  • Atuam no sistema nervoso central.

  • Possuem alto risco de dependência.

  • Exigem receita especial (cor azul).

• Exemplos: ansiolíticos, antidepressivos, sedativos fortes.

2. Medicamentos de Tarja Vermelha

• Necessita de receita médica? Sim

• Características:

  • Indicados para tratamentos mais específicos ou doenças crônicas.

  • Podem causar efeitos colaterais significativos.

  • Em alguns casos, a receita deve ser retida na farmácia.

• Exemplos: antibióticos, anti-inflamatórios potentes, anticonvulsivantes.

3. Medicamentos Sem Tarja (MIPs – Medicamentos Isentos de Prescrição)

• Necessita de receita médica? Não

• Características:

  • Usados para sintomas simples e já conhecidos pelo paciente.

  • Baixo risco de efeitos adversos.

  • Podem ser comprados livremente, mas com uso consciente.

• Exemplos: analgésicos leves, antitérmicos, xaropes para tosse leve, vitaminas e antigripais.

4. Medicamentos Genéricos (Tarja Amarela com Letra “G”)

• Necessita de receita médica? Depende do tipo (se for versão de remédio tarjado, sim)

• Características:

  • Mesmo princípio ativo que os medicamentos de referência.

  • Mesma eficácia, segurança e posologia.

  • Não possuem marca comercial.

• Observação: mesmo sendo genéricos, podem ser de tarja preta ou vermelha.

5. Medicamentos Similares

• Necessita de receita médica? Depende do tipo (se for versão de remédio tarjado, sim)

• Características:

  • Possuem a mesma molécula do medicamento de referência.

  • Comercializados com nome de marca.

  • Diferenças podem existir em: cor da embalagem, forma, sabor, validade.

• Exemplos: versões de marca de remédios conhecidos.

  
  

  

Conclusão

Autocuidado é uma prática positiva e essencial para a manutenção da saúde. Automedicação com medicamentos tarjados, não! Entender essa diferença pode salvar vidas.

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